Poesia de geladeira (ePub)
(Sprache: Portugiesisch)
"Poesia de Geladeira" é um soco no estômago.
E se você é leitor de tira-gosto ou imaginou poemas com um quê de recadinhos colados à porta esmaltada, se enganou: a poesia aqui se come fria e crua. São poemas de dentro da geladeira, não de fora....
E se você é leitor de tira-gosto ou imaginou poemas com um quê de recadinhos colados à porta esmaltada, se enganou: a poesia aqui se come fria e crua. São poemas de dentro da geladeira, não de fora....
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Produktinformationen zu „Poesia de geladeira (ePub)“
"Poesia de Geladeira" é um soco no estômago.
E se você é leitor de tira-gosto ou imaginou poemas com um quê de recadinhos colados à porta esmaltada, se enganou: a poesia aqui se come fria e crua. São poemas de dentro da geladeira, não de fora.
Viviane de Freitas estreia na literatura com um livro dedicado aos analfabetos, disléxicos, cegos, dementes, bárbaros, bêbados e gagos, porque, ao que parece, somente eles não ignoram as extremidades, essa camada de gelo que protege e preserva o núcleo da ideia num corpo invadido e sempre em processo de deterioração. Essa destinação diz muito do ponto de partida: o lirismo não sentimental e consciente de que tudo é sacrifício e descrença, tudo é morte e dificuldade, porém de ombros erguidos. Literatura em/de carne viva. Escritura que não se rende ao artifício. Arte. E aí dá pra encarar?
Se sim, aviso: venha com mãos de alcançar funduras, porque elas terão de enfrentar poemas que não economizam o olhar direto e afiado às coisas que rodeiam - se se fala de morte, é para esclarecer que "morrer é caro e eu estou sem crédito"; se se fala de poesia, é para encontrá-la "sob o lodo da pia / a poesia / natimorta / gorduras e bacias". Se é para olhar o outro, é para denunciar a conta sempre inexata que se faz à mesa no poema "quatro". São poemas que [se] cortam e ficam, em pé, vendo sangrar.
Se utopia não, ternura sim, e é isso que faz oscilar a temperatura do congelador: "morrer me seduz / só falta criar coragem de cortar raiz / a poesia puxa a gente pra debaixo da terra / aí a gente fica assim, semeada, sem vontade de largar esse mundo besta". Meia verdade: o mundo fica menos besta, mais real e palpável, depois desse livro. Mas não se engane, "poesia de geladeira" é, sim, um soco no estômago.
E aí dá pra encarar?
E se você é leitor de tira-gosto ou imaginou poemas com um quê de recadinhos colados à porta esmaltada, se enganou: a poesia aqui se come fria e crua. São poemas de dentro da geladeira, não de fora.
Viviane de Freitas estreia na literatura com um livro dedicado aos analfabetos, disléxicos, cegos, dementes, bárbaros, bêbados e gagos, porque, ao que parece, somente eles não ignoram as extremidades, essa camada de gelo que protege e preserva o núcleo da ideia num corpo invadido e sempre em processo de deterioração. Essa destinação diz muito do ponto de partida: o lirismo não sentimental e consciente de que tudo é sacrifício e descrença, tudo é morte e dificuldade, porém de ombros erguidos. Literatura em/de carne viva. Escritura que não se rende ao artifício. Arte. E aí dá pra encarar?
Se sim, aviso: venha com mãos de alcançar funduras, porque elas terão de enfrentar poemas que não economizam o olhar direto e afiado às coisas que rodeiam - se se fala de morte, é para esclarecer que "morrer é caro e eu estou sem crédito"; se se fala de poesia, é para encontrá-la "sob o lodo da pia / a poesia / natimorta / gorduras e bacias". Se é para olhar o outro, é para denunciar a conta sempre inexata que se faz à mesa no poema "quatro". São poemas que [se] cortam e ficam, em pé, vendo sangrar.
Se utopia não, ternura sim, e é isso que faz oscilar a temperatura do congelador: "morrer me seduz / só falta criar coragem de cortar raiz / a poesia puxa a gente pra debaixo da terra / aí a gente fica assim, semeada, sem vontade de largar esse mundo besta". Meia verdade: o mundo fica menos besta, mais real e palpável, depois desse livro. Mas não se engane, "poesia de geladeira" é, sim, um soco no estômago.
E aí dá pra encarar?
Autoren-Porträt von Viviane de Freitas
Viviane de Freitas é uma pessoa que escreve para sobreviver. Especializada em literatura pela PUC-SP, é jornalista, redatora publicitária e mestranda em Divulgação Científica e Cultural na Unicamp. Poesia de geladeira é o seu livro de estreia.
Bibliographische Angaben
- Autor: Viviane de Freitas
- 2017, 1. Auflage, 152 Seiten, Portugiesisch
- Verlag: Editora Moinhos
- ISBN-10: 8592579430
- ISBN-13: 9788592579432
- Erscheinungsdatum: 17.10.2017
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eBook Informationen
- Dateiformat: ePub
- Größe: 0.90 MB
- Ohne Kopierschutz
- Vorlesefunktion
Sprache:
Portugiesisch
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